FOLHA DE SÃO PAULO - 30/09/2010
Comentários do Blog abaixo, em negrito.
A cinco dias das eleições, a Polícia Civil de São Paulo esteve na casa de Netinho de Paula (PC do B), candidato ao Senado na chapa do PT. Na última terça-feira, dois carros da polícia foram com um perito criminal ao condomínio do cantor para fotografar o imóvel.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública, foi instaurado um inquérito para apurar se Netinho omitiu de sua declaração de bens à Justiça Eleitoral o imóvel em que mora, em Alphaville, no município de Barueri. A investigação é um pedido da Promotoria Eleitoral da cidade.
A ação foi criticada pelo partido de Netinho, que deu tom político à investigação. O PC do B promete apresentar hoje representação à Corregedoria da Polícia Civil, alegando que houve constrangimento e abuso de poder na abordagem policial.
Netinho mora em uma casa avaliada em cerca de R$ 2 milhões. O cantor, no entanto, não declarou o imóvel à Justiça Eleitoral.
Ele disse ao partido que o bem foi doado aos filhos e está apreendido pela Justiça por conta de processos trabalhistas aos quais responde.
Em 2008, quando se elegeu vereador, Netinho declarou um patrimônio de R$ 1,3 milhão ao TSE. Neste ano, disse ter R$ 192 mil em bens. A casa agora sob investigação está entre os bens que saíram da declaração do candidato ao Senado.
Vejam agora a parte mais interessante da notícia:
O secretário nacional do PC do B, Walter Sorrentino, disse, em seu blog, que a atuação da polícia ocorreu ao "arrepio da lei".
"Um episódio desse exige que as autoridades se expliquem, sob pena de demonstrar descaso com os direitos civis", afirmou o secretário-geral da sigla.
Quando acontece um fato concreto, tipo quebra de sigilo fiscal da filha do candidato Serra, de pessoas filiadas ao PSDB ou recebimento de propina na Casa Civil, ao lado do presidente Lula, a conversa é que:
1-) estão transformando suposições em fatos para ganhos eleitorais (como se o PSDB pudesse auto-devassar sigilos e obrigar petistas a receber propinas, ah, eles não precisam disso!);
2-) a Polícia Federal está investigando tudo e até lá não podemos fazer qualquer julgamento;
3-) as investigações só terminarão depois das eleições, convenientemente;
4-) os cãos ladram, a caravana passa e a "investigação" fica por isso mesmo. Algum mensaleiro foi preso, algum aloprado explicou a origem dos quase 2 milhões de reais apreendidos, alguém foi pegar o dinheiro que se encontra até hoje na sede da Polícia Federal? Se você respondeu "Não", "Não" e "Não", acertou.
Ah, mas quando existe um bem concreto (uma mansão onde o pagodeiro espancador de mulher mora), sendo investigado por falta de declaração à Justiça Eleitoral, e este pagodeiro é companheiro do PT, aí é perseguição. Não demora vão levantar a desculpa de que foi por racismo, só para ele poder se fazer de coitado e ganhar mais uns votinhos.
Nunca antes na história deste país a lei valeu tanto para os inimigos do rei, mas tão pouco para seus amigos.
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