A campanha presidencial atingiu seu ponto de mais baixo nível no  início da tarde desta quarta-feira no Rio de Janeiro, com militantes  petistas apedrejando a comitiva do candidato José Serra e causando  tumulto no Calçadão de Campo Grande, na zona oeste da cidade. 
O  candidato tucano chegou a ser atingido na cabeça por um rolo de fita  adesiva arremessado por militantes com bandeiras do PT e um pastor da  Assembléia de Deus levou uma vassourada na cabeça. “Parece tropa de  assalto. Já houve várias vezes em São Paulo. O PT tem tropa de choque, é  automático. Não sei se foi de propósito ou não. Lembra da tropa de  choque nazista? Isso é típico de movimentos fascistas”, disse Serra, que  chegou a interromper a caminhada. 
A confusão começou pouco depois da chegada de José Serra a Campo  Grande. O candidato foi cercado por manifestantes com cartazes com ofensas a ele – em alguns  deles era chamado de “assassino” – e bandeiras do PT. Um grupo de cerca  de 30 pastores da Assembléia de Deus improvisou um cordão de isolamento  para proteger o candidato, mas a confusão já tinha se espalhado.
Comerciantes fecharam as portas e manifestantes atacaram a comitiva  de Serra com bandeiradas e arremessando objetos. Chegaram a ser lançadas  pedras contra a van em que estavam Serra e o candidato a vice, Índio da  Costa.
Depois de atingido na cabeça, José Serra chegou a interromper a  caminhada e entrou na van, mas poucos metros à frente desembarcou e  voltou a andar a pé. O estrago, no entanto, estava feito. Com clima  tenso, militantes acuados, a agenda na zona oeste do Rio perdeu o tom  amistoso que marcou a campanha até então.
Uma mulher que fazia compras no calçadão afirmou ter ouvido dos  manifestantes petistas que o movimento foi contratado. “Fui apanhada de  surpresa. Passaram e me empurraram. Perguntei se precisavam fazer  daquele jeito e um deles me respondeu: estamos sendo pagos para isso,  para dar porrada”, disse a auxiliar de enfermagem Marcelhe Mattos, de 35  anos.
Ao tentar defender o candidato o pastor Paulo Cesar Gomes, 59 anos,  foi ferido na cabeça por um cabo de vassoura. “Tentei interferir e levei  a pior. Tomei uma vassourada”, contou.
(Cecília Ritto, do Rio de Janeiro, Veja)

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