segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Em depoimento à PF, Erenice muda versão


Ex-ministra da Casa Civil disse que se encontrou com representante que denunciou esquema de pagamento de lobby para a empresa de seus filhos


A ex-ministra da Casa Civil Erenice Guerra recuou na versão que vinha sustentando há mais de um mês e confirmou à Polícia Federal, em depoimento prestado nesta segunda-feira, 25, que se reuniu com o consultor Rubnei Quícoli, representante da empresa EDRB, que negociava um contrato bilionário com o BNDES para construção de um projeto de energia solar no Nordeste.


O contrato era orçado em R$ 9 bilhões e a EDRB teria de pagar ao lobby comandado por filhos da ministra cinco parcelas de R$ 40 mil mensais, mais uma comissão de R$ 5 milhões e uma taxa de sucesso, que poderia chegar a 5% do valor do empreendimento. O empresário denunciou que os filhos e assessores da ministra, com o conhecimento dela, o pressionaram a pagar comissão para intermediar o negócio, que acabou não se concretizando.


A informação da ex-ministra contradiz nota oficial emitida pela Casa Civil há um mês, segundo a qual a reunião a que Quícoli se referiu foi feita pelo assessor Vinícius Castro e que a ministra não participara dela.


Erenice saiu da PF sem ser indiciada. Segundo seus advogados, ela também confirmou que se encontrou duas vezes com o empresário Fábio Baracat, representante da empresa de transportes aéreos MTA, que usou os serviços da empresa de consultoria Capital, comandada pelos filhos da ex-ministra, para ampliar seus negócios nos Correios.


Erenice, segundo os advogados que acompanharam no depoimento, negou que tivesse conhecimento das intermediações de contratos da empresa de consultoria Capital, comandada pelos filhos Israel e Saulo Guerra, com empresas estatais. Num desses contratos, denunciado pelo empresário Fábio Baracat, já ouvido pela PF, Israel negociou pagamentos mensais de R$ 25 mil e uma taxa de sucesso de R$ 5 milhões, para ajudar a empresa de transportes aéreos MTA a ampliar seus negócios com os Correios.


25 de outubro de 2010
Vannildo Mendes, de O Estado de S.Paulo


A Casa Civil emitiu uma nota negando o encontro entre Erenice e o consultor que negociava contrato bilionário. Agora, na frente da Polícia, Erenice desdisse a mentira.


Contrato: 9 bilhões de reais.
Comissão para os filhos de Erenice: 5 parcelas de R$ 40 mil mais uma comissão de R$ 5 milhões e mais uma taxa de sucesso de 5% (haja dinheiro)


Erenice ainda confirmou ter se encontrado duas vezes com o representante da empresa MTA, acompanhada pelo filho. Ela disse que não sabia o que os filhos faziam. Hahahaha.

O advogado disse que Erenice "se lembrou" da reunião ao consultar uma agenda. Ou seja: levou um mês para confessar que mentira em nota oficial da Casa Civil.

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