Em depoimento de mais de duas horas à Polícia Federal, a  empresária Ana Veloso Corsini confirmou hoje que seu irmão, o piloto de  Motocross Luís Corsini, pagou propina de R$ 40 mil a Israel Guerra,  filho da ex-ministra Erenice Guerra (Casa Civil), pela intermediação de  um patrocínio de R$ 200 mil da Eletrobrás, em 2008. Com isso, o delegado  Roberval Vivalvi, encarregado do inquérito, deve preparar o  indiciamento de Israel. 
Segundo relato de Ana Veloso, o patrocínio estava "entravado" e  chegou a ser recusado, quando Israel, apresentado ao piloto, ofereceu-se  para reverter a situação, alegando que "a mãe e a tia" o ajudariam a  remover as dificuldades.
A tia a quem Israel se referia seria a então ministra da Casa Civil,  Dilma Rousseff, substituída por Erenice no cargo em março deste ano,  quando ela se desincompatibilizou para disputar a Presidência da  República pelo PT. Erenice é braço direito de Dilma desde 2003, quando a  candidata tornou-se ministra de Minas e Energia. A Eletrobrás era a  área onde as duas exerciam mais influência. A candidata petista nega  qualquer envolvimento com os atos atribuídos aos familiares da  ex-colaboradora.
Ana contou à polícia que, de fato, após a intermediação de Israel, a  Eletrobrás reconsiderou o projeto de patrocínio à equipe Corsini Racing e  o dinheiro saiu em duas parcelas - em julho e agosto de 2008. Ela  relatou que, atento às datas de liberação, o filho de Erenice fez  pressões pelo imediato pagamento da sua "comissão". Como Corsini demorou  a efetuar o pagamento, ele intensificou a cobrança e estendeu as  pressões a Ana, que trabalha na equipe. Ela disse ter ficado chocada com  a situação. "Foi chantagem mesmo e eu vim aqui reafirmar tudo em  detalhes", disse ela, ao chegar para depor.
  Corsini depôs na última quinta-feira e confirmou que a propina foi  paga em duas parcelas, uma em dinheiro, no valor de R$ 24 mil e a outra,  de R$ 16 mil, em cheque. A PF já requisitou a cópia do cheque e colheu  outras provas de que a propina foi integralmente paga. Além de Israel,  deve ser indiciado o irmão, Saulo, em nome do qual está registrada a  empresa de consultoria Capital, usada como central de lobby de  familiares da ex-ministra. 
Ouvida anteontem, Erenice negou ter  intercedido junto à Eletrobrás pelo patrocínio e disse que jamais  autorizou que usassem seu nome para tráfico de influência. A PF ainda  não decidiu se vai indiciar a ex-ministra junto com os demais acusados. 
VANNILDO MENDES - Agência Estado - 26/10/2010 
E depois a Dilma diz que o governo do PT não acoberta. A PF ainda não decidiu se vai indiciar Erenice?? Tem cópia de cheque, dois depoimentos e não vai indiciar??
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