quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Correios sob suspeita de novo

Um dos motivos que levaram a Justiça Federal a suspender o concurso dos Correios é a suspeita de que a estatal mentiu. O concurso é o maior do Brasil este ano, com 1 milhão de candidatos para cerca de 6 000 vagas.

O MP apura se houve favorecimento na escolha da Fundação Cesgranrio, por dispensa de licitação ao preço de 26,5 milhões. Motivo: a fundação apareceu na lista de pagamento de propina apreendida no gabinete de Maurício Marinho, o ex-diretor dos Correios flagrado em 2005 embolsando 3 000 reais a mando do PTB. Foi o estopim do escândalo do mensalão.

O reitor da UnB, José Geraldo de Souza Junior, afirmou ao Ministério Público Federal  que não recebeu qualquer pedido para apresentar proposta de aplicação da prova.

Os Correios sempre sustentou que, antes da escolha da Cesgranrio, fez cotação de preços com nove entidades. Apresentando documentos ao MP, os Correios afirmaram em várias reuniões que mandaram o pedido de proposta por e-mail à UnB. A universidade disse à procuradora não ter recebido qualquer mensagem. Observa a procuradora:

– O responsável por um concurso desse porte poderia ao menos ter checado o recebimento do e-mail.

Diante das suspeitas, Raquel recomendou no dia 15 de setembro ao presidente da estatal, David de Mattos, a anulação do contrato com a Cesgranrio. Sugeriu a abertura de nova concorrência pública. Mattos foi indicado ao cargo por Erenice Guerra.

Depois da sugestão, a procuradora reuniu-se duas vezes com representantes da cúpula dos Correios, que, de modo geral, não queriam rever o acerto com a fundação. Por essa razão, ela recorreu cinco dias depois à Justiça para cancelar a contratação – e obteve sucesso. A estatal vai recorrer.

Por Lauro Jardim – 20/10/2010 – Editado por GD

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