Editorial de hoje do Estadão - editado por GD
Seria inacreditável, não fosse notória, a falta de  cerimônia com que os petistas criam verdades ao sabor de seus interesses  de momento e imaginam que tudo possa ser aceito acriticamente pela  opinião pública. 
Das duas, uma: ou subestimam o discernimento das  pessoas ou estão se lixando para ele. Na verdade, valem as duas  hipóteses: na primeira, confiam no nível de instrução da massa de seus  eleitores, conforme demonstram os mapas eleitorais; na segunda, estão se  lixando mesmo. 
A divulgação, numa reunião improvisada a cinco dias das  eleições presidenciais, de Os 13 compromissos programáticos de Dilma  Rousseff foi o de sempre: puro jogo de cena. 
Para começar, o documento é um amontoado de  obviedades (13 itens, que tanto poderiam ser 10 ou 20, se a intenção não  fosse associar a coisa ao número eleitoral do PT), aos quais ninguém  sensato pode se opor. 
Belos propósitos como "crescer mais, com expansão  do emprego e da renda", "erradicar a pobreza absoluta" ou "governar para  todos os brasileiros". Tantas generalidades que o presidente nacional  do partido se viu constrangido a explicar que "ações mais concretas"  constarão de "cadernos setoriais" que - detalhe - não serão divulgados  antes de 31 de outubro. 
Tanto o "documento" divulgado  como as atitudes e declarações da candidata e de dirigentes petistas  por ocasião do evento confirmam a competência da companheirada de Lula  na arte da engabelação que aprenderam com o chefe. Não têm o menor pudor  de dar o dito por não dito ou de contrariar evidências. 
E perseveram na  megalomania: "Há quase oito  anos, o Governo Lula deu início a profundas transformações econômicas,  sociais e políticas em nosso país. (...) O governo do Presidente Lula  conseguiu, pela primeira vez em nossa história, articular crescimento da  economia com forte distribuição de renda, inclusão e ascensão social." 
Ou seja, os petistas não admitem compartilhar com toda a Nação - muito  menos com governos anteriores - o crédito pelos inegáveis avanços  econômicos e sociais obtidos nos últimos anos, porque isso está  acontecendo, graças a eles, "pela primeira vez em nossa história". Antes  de Lula foram cinco séculos perdidos. 
Já quanto às transformações  políticas, não há referências mais específicas, o que certamente não faz  justiça ao importante papel desempenhado na base de sustentação de Lula  por José Sarney, Renan Calheiros, Jader Barbalho, Paulo Maluf, Fernando  Collor e outros que tais. 
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