Coluna da Miriam Leitão nO Globo (algumas alterações do GD, para facilitar a leitura):
A direção atual da Petrobras é meio lunática. A empresa:
- perdeu quase US$ 100 bilhões de valor de mercado
- está sendo mal avaliada em relatórios de bancos
- é a única ação que perde do Ibovespa em um ano
- tem suas reservas em águas profundas, área em que no mundo inteiro estão sendo reavaliadas as normas de segurança.
Falta do que fazer não é. Em vez de tratar disso, o presidente da estatal entra na briga eleitoral.
Um bom gestor tentaria:
- reverter problemas de imagens
- aumentar a transparência da comunicação com o mercado
- divulgar com que novos rigores está protegendo o país, a empresa, os acionistas e o meio ambiente dos riscos da exploração em águas profundas e ultraprofundas.
Valor de mercado da Petrobras
22 de maio de 2008: US$ 309 bilhões
Mês passado: US$ 146 bi
Após a capitalização com dinheiro público: US$ 214 bilhões.
Economática: a ação ON da Petrobras é a única entre 340 papéis do mercado brasileiro que perde em rentabilidade para o índice Ibovespa nos últimos 12 meses. E o segundo pior desempenho é da ação PN da Petrobras. As duas piores rentabilidades são ações da Petrobras.
Os bancos Itaú, Morgan Stanley, Barclays e UBS fizeram relatórios alertando sobre riscos e perda de valor de mercado da empresa.
Em vez de pensar em tudo isso, José Sérgio Gabrielli decidiu subir ao palanque e brigar por um suposto futuro do pretérito: de que Fernando Henrique teria pensado em privatizar a Petrobrás há dez anos.
O fato histórico é que o presidente Fernando Henrique não vendeu, não propôs a venda e ainda enviou uma carta ao Senado se comprometendo a não privatizá-la.
A Lei do Petróleo, como já é História, se transformou numa alavanca para a empresa.
A Petrobras:
1-) teve mais liberdade de preços
2-) fez acordos com inúmeros parceiros internacionais
3-) ganhou a maioria das áreas para exploração colocadas em licitação
4-) elevou em muito suas reservas.
Além disso, o país recebeu bilhões de investimentos de empresas que vieram para cá para pesquisar, produzir, empregar e pagar impostos.
A mudança do atual sistema de concessões (implantado por Fernando Henrique e mantido por Lula) para o sistema de partilha vai concentrar mais ainda a receita nas mãos da União tirando dos estados. Só com a Participação Especial os estados recolheram este ano mais de R$ 5 bilhões. Esse dinheiro deixará de ir para eles porque a Participação Especial desaparecerá no novo sistema. O sistema de partilha reduz a liberdade da Petrobras de decidir que investimentos fazer e além disso cria uma nova estatal.
Na estapafúrdia nota desta semana em que a Petrobras entrou abertamente na campanha eleitoral, há a afirmação que “no pré-sal o risco exploratório é mínimo.” Quem acha que o risco em qualquer etapa do processo de exploração de petróleo em alto-mar é mínimo deve ter tido alguma amnésia sobre o que acabou de acontecer com a BP no Golfo do México. Há muito a fazer na Petrobras. O que a empresa não deve fazer é se comportar como um braço de partido político.
http://oglobo.globo.com/economia/miriam/
A direção atual da Petrobras é meio lunática. A empresa:
- perdeu quase US$ 100 bilhões de valor de mercado
- está sendo mal avaliada em relatórios de bancos
- é a única ação que perde do Ibovespa em um ano
- tem suas reservas em águas profundas, área em que no mundo inteiro estão sendo reavaliadas as normas de segurança.
Falta do que fazer não é. Em vez de tratar disso, o presidente da estatal entra na briga eleitoral.
Um bom gestor tentaria:
- reverter problemas de imagens
- aumentar a transparência da comunicação com o mercado
- divulgar com que novos rigores está protegendo o país, a empresa, os acionistas e o meio ambiente dos riscos da exploração em águas profundas e ultraprofundas.
Valor de mercado da Petrobras
22 de maio de 2008: US$ 309 bilhões
Mês passado: US$ 146 bi
Após a capitalização com dinheiro público: US$ 214 bilhões.
Economática: a ação ON da Petrobras é a única entre 340 papéis do mercado brasileiro que perde em rentabilidade para o índice Ibovespa nos últimos 12 meses. E o segundo pior desempenho é da ação PN da Petrobras. As duas piores rentabilidades são ações da Petrobras.
Os bancos Itaú, Morgan Stanley, Barclays e UBS fizeram relatórios alertando sobre riscos e perda de valor de mercado da empresa.
Em vez de pensar em tudo isso, José Sérgio Gabrielli decidiu subir ao palanque e brigar por um suposto futuro do pretérito: de que Fernando Henrique teria pensado em privatizar a Petrobrás há dez anos.
O fato histórico é que o presidente Fernando Henrique não vendeu, não propôs a venda e ainda enviou uma carta ao Senado se comprometendo a não privatizá-la.
A Lei do Petróleo, como já é História, se transformou numa alavanca para a empresa.
A Petrobras:
1-) teve mais liberdade de preços
2-) fez acordos com inúmeros parceiros internacionais
3-) ganhou a maioria das áreas para exploração colocadas em licitação
4-) elevou em muito suas reservas.
Além disso, o país recebeu bilhões de investimentos de empresas que vieram para cá para pesquisar, produzir, empregar e pagar impostos.
A mudança do atual sistema de concessões (implantado por Fernando Henrique e mantido por Lula) para o sistema de partilha vai concentrar mais ainda a receita nas mãos da União tirando dos estados. Só com a Participação Especial os estados recolheram este ano mais de R$ 5 bilhões. Esse dinheiro deixará de ir para eles porque a Participação Especial desaparecerá no novo sistema. O sistema de partilha reduz a liberdade da Petrobras de decidir que investimentos fazer e além disso cria uma nova estatal.
Na estapafúrdia nota desta semana em que a Petrobras entrou abertamente na campanha eleitoral, há a afirmação que “no pré-sal o risco exploratório é mínimo.” Quem acha que o risco em qualquer etapa do processo de exploração de petróleo em alto-mar é mínimo deve ter tido alguma amnésia sobre o que acabou de acontecer com a BP no Golfo do México. Há muito a fazer na Petrobras. O que a empresa não deve fazer é se comportar como um braço de partido político.
http://oglobo.globo.com/economia/miriam/
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